domingo, 1 de dezembro de 2013

guia da primeira rrodada do brasileiro 2013

CORITIBA X ATLÉTICO-MG

Seria um bocado interessante ver um duelo entre Alex e Ronaldinho Gaúcho, dois espécimes raros da camisa 10. Mas não vai rolar. O Galo come, bebe e dorme Libertadores da América. Como jogou nesta quinta-feira lá longe, no México, fatalmente vai poupar seus titulares na estreia no Campeonato Brasileiro. Boa hora para ver se a sensação do futebol brasileiro no primeiro semestre tem elenco suficiente para dividir competições sem sobressaltos. Já o Coxa tenta deixar de ser bipolar: foi campeão estadual, mas levou uma pancada ao ser eliminado da Copa do Brasil pelo Nacional-AM.

CRUZEIRO X GOIÁS

Aos olhos de boa parte dos torcedores, especialmente aqueles menos tarados por futebol, times que não estão na Libertadores ou não disputam os dois Estaduais mais comentados do país (Paulista e Carioca) tendem a despertar a curiosidade quando o Brasileirão abre os braços para seus 20 filhos. Cruzeirenses e esmeraldinos sabem tintim por tintim como andam seus times, mas muita gente vai se perguntar como Cruzeiro e Goiás chegam ao campeonato. A Raposa tem um bom time titular, agora reforçado pelo zagueiro Dedé, e tenta entrar nos eixos com Marcelo Oliveira de técnico - ele tem um trio de respeito, com Diego Souza, Dagoberto e Borges. A Raposa, é bem verdade, perdeu o Estadual para o Atlético-MG, mas até que incomodou o rival. No Alviverde, com o perdão do trocadilho, a esperança reside na fome de gols do parrudo centroavante Walter - atacante dos bons. Araújo, ídolo da torcida esmeraldina, está de volta para ajudar o campeão goiano.

FLUMINENSE X ATLÉTICO-PR

O atual campeão brasileiro vai a campo na primeira rodada como um velho conhecido de seus adversários, certo? Errado. Por mais que tenha mantido a base campeã do ano passado, o Fluminense tende a escalar uma equipe totalmente alternativa, recheada de reservas, com apenas o goleiro Diego Cavalieri de titular. Explica-se: na quarta-feira, vai ao Paraguai em busca de vaga nas semifinais da Libertadores. Mas alternativo mesmo é o Furacão. O time rubro-negro passou boa parte do semestre se preparando para o Brasileiro, com uma penca de amistosos, enquanto a turma sub-23 se virava no Campeonato Paranaense. Agora, chegou o momento de mostrar a cara - e, quem sabe, ditar moda aos rivais. Destaque para Paulo Baier, que se aproxima do centésimo gol em Brasileiros - faltam nove.

SANTOS X FLAMENGO

Futebol, esse brincalhão. Não é uma grande ironia que Neymar possa se despedir do Santos, do futebol brasileiro, do Campeonato Brasileiro, justamente contra o Flamengo? Porque lembrar de Neymar é, pelo menos um pouco, lembrar daquele lendário jogo contra o Flamengo em 2011 - em que ele e o na época rubro-negro Ronaldinho Gaúcho fizeram uma espécie de pacto pró-genialidade e jogaram como se fosse o último dos dias, como se não houvesse amanhã. Houve amanhã, e ele mostra um Santos dependente de seu craque e um Flamengo em busca de um. Os dois times tiveram primeiro semestre discreto. Ambos tentam se encontrar - o Peixe em busca do futebol perdido em algum momento do passado recente, o Fla à caça de uma segurança que ainda não encontrou em 2013. Hernane, o Brocador, goleador do Carioca, é a aposta rubro-negra. O Santos ainda tenta fazer Montillo engrenar.

CRICIÚMA X BAHIA

O leitor há de confessar: olha para este jogo de nariz torto, como se ali estivessem dois times fadados a caminhar pelo corredor da morte - aquele que leva ao rebaixamento. Alto lá, pessimistas. Tirar pontos do Tigre dentro de sua jaula, o estádio Heriberto Hülse, vai ser uma pedreira danada. Vale lembrar que se trata do vice-campeão da Série B do ano passado e campeão estadual de 2013. Certo, a descrença pode ter alguma base: foram oito anos longe da Série A para o Criciúma. A luta dos felinos do interior catarinense, comandados por Vadão, começa contra o time mais ferido entre os 20 da elite. O Bahia apanhou mais do que seu pior torcedor poderia merecer. As goleadas sofridas para o Vitória e a queda precoce na Copa do Brasil revolucionaram o clube do Nordeste, que resolveu despachar uma penca de jogadores junto com o técnico Joel Santana - substituído por Cristóvão, ex-Vasco.

PONTE PRETA X SÃO PAULO

O Campeonato Paulista chegou a dar bons sinais para Ponte Preta e São Paulo. A Macaca teve a quarta melhor campanha da fase de grupos, liderada pelo Tricolor. Em seguida, porém, veio a decepção. O time de Campinas foi engolido pelo Corinthians, que depois eliminou também a equipe do Morumbi. À Ponte, restou a conquista do Torneio do Interior; ao São Paulo, doeu a eliminação na Libertadores. Quando os dois se enfrentaram no Estadual, empataram por 0 a 0, e agora buscam boa largada no Brasileiro. A realidade, claro, não é a mesma. A Macaca pretende se intrometer em um grupo de naturais candidatos aos primeiros lugares - que sempre inclui o São Paulo, um papa-títulos. Guto Ferreira, desde setembro no comando do time campineiro, tenta consolidar um time sem astros. Ney Franco, devendo melhores resultados no Morumbi, busca uma engrenagem que funcione com Jadson, Ganso, Osvaldo, Luis Fabiano...

GRÊMIO X NÁUTICO

Ver a combinação dos nomes dos dois times acima liga uma sirene no leitor: "Batalha dos Aflitos! Batalha dos Aflitos! Batalha dos Aflitos! Batalha dos Aflitos!". Mas calma, calma: lá se vão oito anos desde que os dois times se enfrentaram em um jogo que ficou tatuado em suas histórias. Hoje, é difícil imaginar que o Grêmio, de Elano, Zé Roberto, Vargas e Barcos, volte a viver um drama como aquele. Mas o mesmo não se pode dizer do Náutico, rodeado de dúvidas depois da eliminação nas semifinais do Pernambucano e da queda para o Crac-GO já na primeira fase da Copa do Brasil. O alento para o Timbu é a inauguração de sua nova casa, a Arena Pernambuco. O Grêmio, também com sua Arena, tenta se recuperar do começo de ano frustrante, com a perda do Gauchão e a eliminação nas oitavas de final da Libertadores. O jogo será no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, já que o Tricolor foi punido com perda de mando de campo por causa de confusões no Gre-Nal da última rodada do ano passado.

CORINTHIANS X BOTAFOGO

Sabe aquele papo de jogo de seis pontos - aquela conversa que tanto, tanto, tanto se repete lá no final do campeonato? Vá saber: é possível que, já na primeira rodada de 2013, seja o caso deste Corinthians x Botafogo. É dos duelos mais interessantes: o atual campeão da Libertadores, do Mundial e do Paulista contra aquele que venceu, com sobras, o Campeonato Carioca. Jogão. Em situações normais de clima, temperatura e pressão, a equipe de Tite é candidataça ao título. E não cogitar a turma de Oswaldo como campeã seria injustiça com um time tão sólido - mesmo que a história recente do Alvinegro no Brasileiro desaconselhe grandes empolgações. Paulinho e Pato, Seedorf e Lodeiro: é um jogo a ser assistido com atenção.

VITÓRIA X INTERNACIONAL

Dois campeões estaduais. Dois times promissores. Dois candidatos ao título da Copa do Bras... ops. O Vitória vivia o primeiro semestre dos sonhos, com duas goleadas desumanas sobre o Bahia (5 a 1 e 7 a 3), mas teve a animação freada com a eliminação pelo Salgueiro no torneio nacional. Agora, a missão é o Brasileiro, e o primeiro adversário é o Inter, bem mais discreto do que nos últimos anos, sem aquela onda de favoritismo, sem aquela badalação que só rendeu decepções no campeonato que os gaúchos não conquistam desde 1979. Com a organização de Dunga e o talento de figuras como D'Alessandro e Forlán, o Colorado tenta amenizar a possível venda de Damião, desfalque na estreia. No Vitória, destaque para o quarteto ofensivo: Renato Cajá, Escudero, Maxi Biancucchi e Dinei.

VASCO X PORTUGUESA

A mais lusa das partidas inaugura o Brasileirão 2013 - mas a expectativa das duas torcidas para o campeonato é... relativa. A esperança cruz-maltina atende por Paulo Autuori - o técnico de nome e renome que aceitou abraçar a causa de um time mergulhado numa crise técnica e financeira. A Lusa encara a Série A com o habitual objetivo de não cair - evitar o efeito ioiô. O Vasco-2013 é bem mais fraco que o time do ano passado: perdeu Dedé, Diego Souza e Juninho - só para começar. O destaque possível é o equatoriano Carlos Tenorio. Na Lusa, os veteranos Correa e Souza dividem espaço com Moisés e com o argentino Cañete, emprestado pelo São Paulo (mas que não deve jogar).